Aya Koretzky + Vieira da Silva
Mochos no Telhado trazem ‘Kamarád’
A peça de teatro ‘Kamarád’ pelo coletivo artístico Mochos no Telhado, o cinema de Aya Koretzky mas também os últimos dias para ver a obra gráfica de Vieira da Silva em ‘Três janelas sobre um jardim’ são algumas das propostas para esta semana em Paredes de Coura, num mês de outubro que ainda nos vai trazer, entre outras iniciativas, o regresso de Márcia para um concerto mais intimista no Centro Cultural.
A peça ‘Kamarád’, pelo coletivo artístico Mochos no Telhado, remete-nos para os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial e a vida nos campos de concentração nazis. ‘Kamarád’ é levada à cena na sexta-feira, pelas 21h30, e mais que uma história se insere no perfil de intervenção educativa e a capacidade de nos propor um mundo diferente.
Com direção artística de Dennis Xavier e Sofia Moura, ‘Kamarád’ é uma viagem pelas páginas de uma revista criada por crianças e jovens prisioneiros no campo de concentração de Theresienstadt, durante a Segunda Guerra Mundial. Ao todo foram criadas 22 edições da revista, permitindo através da arte a forma de distrair a fome e alimentar a capacidade de imaginar um outro presente e um futuro diferente, no contexto de um campo profundamente marcado pela sua intensa vida cultural da qual professores, músicos, atores e diversos artistas faziam trincheiras para resistir.
Com este trabalho, o coletivo artístico Mochos no Telhado debruça-se sobre o papel da resistência como ato performativo, como ato de criação e de afirmação da vida em oposição à morte. De que forma a arte sobrevive e prolifera na ameaça de um fim iminente? Qual o papel da arte e da educação nos tempos mais sombrios? São algumas das questões que atravessam ‘Kamarád’ e que Iván e os seus camaradas criaram para se inscrever no mundo, assinando por fim o seu nome num pedaço de papel, daqueles raros de encontrar num campo de concentração.
Ficha Artística
Direção artística: Dennis Xavier e Sofia Moura
Cocriação e movimento: Leonor Barata
Cocriação e interpretação: Clara Spormann, Dennis Xavier, Gabriel Gomes, Sofia Moura
Direção musical: Dennis Xavier e Beatriz Mendes
Intérpretes musicais: Beatriz Mendes (trombone), Daniel Almeida (piano e acordeão) e Fábio Meneses (clarinete)
Cenário e figurinos: Ana Seia de Matos
Desenho de Luz: Vítor Freitas
Fotografia e vídeo: Luís Belo
Financiamento: Município de Viseu e Fundação GDA
Parceiros: YadVashem Jerusalém, YadVashem México, Museu do Holocausto do Porto, Beit Terezin, Memoshoah, Creta, Conservatório Regional de Viseu
Agradecimentos: Ana Paula Almeida, António Ferreira, Isabel Fonseca, Filomena Gato, Hugo Vaz, Luís Roque, Domingos Xavier, Vissaium XXI, Lugar Presente, New Hand Lab, Escola Secundária Emídio Navarro
Produção: Mochos no Telhado
Cinema de Aya Koretzky e a obra gráfica de Vieira da Silva
Ainda pelo Centro Cultural, esta quinta-feira há Ler Cinema com ‘A volta ao mundo quando tinhas 30 anos’. Este é o retrato do pai pelo olhar da filha através de um álbum de fotografias. Um diário de uma viagem à volta do mundo nos anos 1970 a partir do Japão. Pai e filha cruzam olhares sobre as memórias das antigas imagens e palavras, partilhando o desejo de as trazer para o presente.
FICHA TÉCNICA
com JIRO KORETZKY, ANNA KORETZKY, ARY KORETZKY DE VASCONCELOS KATE SARAGAÇO-GOMES
realização e imagem AYA KORETZKY
som e consultor de argumento MIGUEL CLARA VASCONCELOS
vozes JIRO KORETZKY ATSUSHI SUGITA AYA KORETZKY
assistente preparação CLÁUDIA ALVES
montagem TOMÁS BALTAZAR
assistente de montagem JOSÉ RITO
montagem e mistura de som PEDRO GÓIS
colorista ANDREIA BERTINI
direcção financeira SARA CAIXINHAS
festivais SOFIA DE SOUSA
tradução português MARTA MORAIS
tradução inglês KATE SARAGAÇO-GOMES
produção JOANA FERREIRA ISABEL MACHADO C.R.I.M.
Quem ainda não teve oportunidade de ver ou rever a obra gráfica de Vieira da Silva, tem até domingo a oportunidade para revisitar os trabalhos de um dos mais importantes nomes das artes plásticas.
Patente na galeria do Centro Cultural, ‘Três janelas sobre um jardim’ é parte de uma significativa coleção de gravura e serigrafia de Maria Helena Vieira da Silva. De um conjunto de mais de trezentas obras gráficas foram selecionadas trinta e três pela sua representatividade técnica – buril, ponta-seca, água-tinta, litografia e serigrafia; pela sua data de produção, que vai de 1954 a 1988, e ainda pela sua diversidade temática e plástica, de representações mais abstratas a representações figurativas, todas elas resultantes de um similar percurso da artista na pintura. Este conjunto procura ser um percurso gráfico revelador de um outro percurso, o pictórico, dando a conhecer a todos os públicos a obra de Vieira da Silva.
Paços do Município
2023.10.10